Selamento proximal não parece induzir à dilatação do colo proximal
Em apresentação durante a 1ª sessão do Pódio Aórtico do Charing Cross Symposium 2019, Hence Verhagen concluiu que a correção endovascular do aneurisma de aorta abdominal (EVAR) realizado por meio de selamento proximal com polímero não parece levar à dilatação do colo proximal como outras endopróteses.
Verhagen fez referência a uma série de estudos que detalharam a questão da durabilidade no EVAR. Especificamente, ele declarou: “Sabemos que a falha mais comum de EVAR é a perda do selamento proximal. Isto é visto especialmente quando endopróteses são ancoradas em colos proximais dilatados. Então, basicamente, um colo largo é um problema de durabilidade para o EVAR”.
Verhagen apontou, também, para um estudo internacional que mostrou que colos largos apresentam três vezes mais endoleak tipo Ia, e um risco cinco vezes maior de ruptura do aneurisma. Além disso, uma metanálise publicada este ano indicou que a expansão do saco aneurismático era 10,07 vezes mais provável em aneurismas de colo largo, enquanto a ruptura era 5,10 vezes mais provável.
Segundo Verhagen, a falha mais comum do EVAR de colo largo foi a perda da vedação proximal devido à dilatação progressiva do colo. “Assim, não é a migração, mas uma dilatação progressiva.” Como Verhagen relatou, há uma taxa anual de dilatação do colo entre 4% e 6%, devido à força radial contínua realizada por endopróteses auto-expansíveis provavelmente como causa deste fenômeno”.
Verhagen aludiu à diferença da endoprótese Ovation em relação a todos os outros dispositivos. Reconhecendo que a endoprótese tem um anel de polímero para ser preenchido e realizar o selamento “basicamente não há nenhuma força radial no colo do aneurisma, não deixando força externa”.
Nos pacientes tratados até agora, Verhagen disse que a endoprótese Ovation não demonstrou dilatação do colo proximal até cinco anos. “Por isso, pensamos em estudar esse assunto.”
Assim, Verhagen realizou o estudo ENCORE, uma metanálise de 6 estudos avaliando a segurança e a durabilidade com a Ovation e acompanhamento de três anos para 1296 pacientes.
Não houve diferença de mortalidade relacionada ao aneurisma entre os grupos controle e estudo. Ele disse ainda: “Não vemos diferença na taxa de ruptura, nem em conversões. Entretanto, há uma diferença na taxa de endoleak tipo Ia, mas em comparação com todas as endopróteses com stents auto-expansíveis, esses endoleaks aparecem na primeira tomografia pós-operatória, o que, provavelmente tem muito a ver com o dimensionamento, mais do que qualquer outra coisa. Depois disso, não houve endoleaks proximais no acompanhamento. A taxa de reintervenção por leak Ia seguiu a mesma regra; após 30 dias não houve reintervenções por esse motivo”.
Em conclusão, Verhagen argumentou que EVAR utilizando a Ovation não parece induzir à dilatação do colo proximal como outras endopróteses. Além disso, os pacientes tratados com a Ovation de maior diâmetro não sofrem mais complicações que aqueles tratados com dispositivos de diâmetro menor. “Portanto, esta análise sugere que a Ovation é uma opção durável mesmo em colos proximais largos”.
Fonte: Vascular News
Imagem: Endologix
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