Estudo mostra as variações nos padrões internacionais de tratamento de estenose carotídea
Maarit Venermo, Grace J. Wang e equipe publicaram um estudo sobre a variação nos padrões de prática internacional no tratamento da estenose carotídea no Journal of Vascular and Endovascular Surgery (EJVES).
Objetivos
O objetivo foi determinar a prática atual para o tratamento da estenose carotídea em 12 países participantes do International Consortium of Vascular Registries (ICVR).
Métodos
Utilizaram-se dados da Iniciativa de Qualidade Vascular dos Estados Unidos (VQI) e do registro colaborativo Vascunet (que inclui dez bancos de dados na Europa e Australásia). A variação na modalidade de tratamento de pacientes assintomáticos contra sintomáticos foi analisada entre países e entre centros de cada país.
Resultados
Entre os 58.607 procedimentos analisados, octogenários representaram 18% de todos os pacientes, variando de 8% (na Hungria) a 22% (na Nova Zelândia e Austrália). As mulheres representaram 36%, variando de 29% (na Suíça) a 40% (nos EUA). A proporção de stent de artéria carótida entre pacientes assintomáticos variou de 0% (na Finlândia) a 26% (na Suécia) e entre pacientes sintomáticos de 0% (na Dinamarca) a 19% (nos EUA).
A variação entre os centros dentro dos mesmos país para angioplastia + stent da artéria carótida foi maior nos Estados Unidos e na Austrália (de 0% para 80%). A proporção global de pacientes assintomáticos foi de 48%, mas variou de 0% (na Dinamarca) a 73% (na Itália). Houve também uma variação substancial nos centros de cada país na proporção de pacientes assintomáticos, mais acentuada na Austrália (0-72%), na Hungria (5-55%) e nos Estados Unidos (0-100%). Os países com taxa de reembolso de serviços tiveram taxas mais altas de tratamento em pacientes assintomáticos do que os países com reembolso baseado na população (razão de possibilidade 5,8, intervalo de confiança 95% 4,4-7,7).
Conclusões
Apesar das evidências sobre as opções de tratamento para a doença carotídea, a proporção de pacientes assintomáticos, a modalidade de tratamento e a proporção de mulheres e octogenários variaram consideravelmente entre os países e dentro deles. Houve uma associação significativa de tratamento de pacientes mais assintomáticos em países com taxa de reembolso de serviço. Os resultados refletem a inconsistência das diretrizes existentes e a necessidade de cooperação entre os comitês de diretrizes em todo o mundo.
Fonte: European Journal of Vascular and Endovascular Surgery