Embolalização de miomas uterinos melhoram qualidade de vida do paciente
Estudo multicêntrico francês sobre embolização de miomas uterinos demonstra melhora na qualidade de vida e função sexual dos pacientes.
Dados coletados com mulheres submetidas à embolização de miomas uterinos (UFE na sigla em inglês), indicam melhora na qualidade de vida com ênfase na função sexual. O resumo do estudo SFIV EFUZEN foi apresentado no Encontro Científico Anual da Sociedade de Radiologia Intervencionista de 2016, em Vancouver, pela pesquisadora principal Helene Vernhet-Kovacsik.
Os dados foram coletados prospectivamente em 25 centros franceses com 264 pacientes. Foi solicitado a eles que respondessem a um questionário sobre qualidade de vida pré e até um ano após o procedimento de embolização de mioma uterino (UFE).
Antes do procedimento, 189 pacientes declararam quadro de menorragia (sangramento menstrual aumentado) e 171 descreveram dor pélvica. Após um ano do procedimento, esses números baixaram para 39 e 42, respectivamente. Mais de 90% evidenciaram melhora da qualidade de vida após um ano da embolização; aumentando o score de 45 para 71 (numa escala de 0 a 100).
Quanto à função sexual, 78,8% dos pacientes declararam melhora neste quesito, incluindo diminuição da dispareunia e aumento do desejo e satisfação. Entretanto, não houve correlação entre diminuição de volume uterino e do mioma com a redução das queixas.
Dr. Marc Sapoval, um dos coautores do estudo disse: “Estudos randomizados demonstraram que a embolização de miomas uterinos é tão eficiente quanto e menos invasiva que os métodos tradicionais de tratamento, como a histerectomia, com uma taxa de complicação muito menor. Apesar desses aspectos positivos, o número de pacientes encaminhados para este método em toda França ainda fica muito aquém do recomendado.”
Citando um cenário similar no Estados Unidos, Dr. Robert Vogelzang afirmou que a embolização ainda não teve seu uso disseminado apesar de duas décadas de experiência com o método. “Este procedimento corresponde a 10% dos tratamentos para mioma uterino na América. O que nos permite concluir que há centenas de milhares de pacientes com mioma sendo tratados de forma antiga, desnecessária”.